domingo, 18 de agosto de 2013

Intervenção dos demônios nas modernas manifestações – 3ª Parte.





8. “Eles inculcam o erro sob todas as formas, e é para obter esse resultado que a madeira, a pedra, as florestas, as fontes, os santuários dos ídolos, os pés das mesas e as mãos dos meninos se tornam oráculos.”
Mas, se assim é, qual o sentido e valor destas palavras do Evangelho: — “Eu repartirei meu Espírito por toda a carne: — vossos filhos e filhas profetizarão; os jovens terão visões e os velhos terão sonhos. Nesses dias repartirei meu Espírito por todos os meus servidores e servidoras, e eles profetizarão.” (Atos dos Apóstolos, 2:17 e 18.)
Não estará nessas palavras a predição tácita da mediunidade dos nossos dias a todos concedida, mesmo às crianças? E essa faculdade foi anatematizada pelos apóstolos? Não; eles a apregoam como graça divina e não como obra do demônio.
Terão os teólogos de hoje mais autoridade que os apóstolos? Por que não ver antes o dedo de Deus na realização daquelas palavras?
9. “Por meio das operações da moderna magia vemos reproduzirem- se no presente as evocações, as consultas, as curas e os sortilégios que ilustraram os templos dos ídolos e os antros das sibilas.” Nós perguntamos: que há de comum entre as operações da magia e as evocações espíritas? Houve tempo em que tais operações faziam fé e acreditava- se na sua eficácia, mas hoje são simplesmente ridículas.

Ninguém as toma a sério, e o Espiritismo condena-as. Na época em que florescera a magia, era imperfeita a noção sobre a natureza dos Espíritos, geralmente havidos por seres dotados de poder sobre-humano.
A troco da própria alma, ninguém os evocava que não fosse para obter favores da sorte e da fortuna, achar tesouros, revelar o futuro ou obter filtros. A magia com seus sinais, fórmulas e práticas cabalísticas era increpada de fornecer segredos para operar prodígios, constranger Espíritos a ficarem às ordens dos homens e satisfazerem-lhes os desejos. Hoje sabemos que os Espíritos são as almas dos mortos e não os evocamos senão para receber conselhos dos bons, moralizar os maus e continuar relações com seres que nos são caros. Eis o que diz o Espiritismo a tal respeito:
10. Não podereis obrigar nunca a presença de um Espírito vosso igual ou superior em moralidade, por vos faltar au toridade  sobre ele; mas, do vosso inferior, e sendo para seu benefício, conseguí-lo-eis, visto como outros Espíritos vos secundam. (O Livro dos Médiuns, 2ª Parte, cap. XXV.)
— A mais essencial de todas as disposições para evocar é o recolhimento, quando desejarmos tratar com Espíritos sérios. Com a fé e o desejo do bem, mais aptos nos tornamos para evocar Espíritos superiores. Elevando nossa alma por alguns instantes de concentração no momento de evocá-los, identificamo-nos com os bons Espíritos, predispondo a sua vinda. (O Livro dos Médiuns, 2ª Parte, cap. XXV.)
— Nenhum objeto, medalha ou talismã tem a propriedade de atrair ou repelir Espíritos, pois a matéria ação alguma exerce sobre eles. Nunca um bom Espírito aconselha tais absurdos. A virtude dos talismãs só pode existir na imaginação de pessoas simplórias. (O Livro dos Médiuns, 2ª Parte, cap. XXV.)
— Não há fórmulas sacramentais para evocar Espíritos. Quem quer que pretendesse estabelecer uma fórmula, poderia ser tachado de usar de charlatanismo, visto que para os Espíritos puros a fórmula nada vale. A evocação deve, porém, ser feita sempre em nome de Deus. (O Livro dos Médiuns, 2ª Parte, cap. XVII.)
— Os Espíritos que prefixam entrevistas em lugares lúgubres, e a horas indevidas, são os que se divertem  custa de quem os ouve. É sempre inútil e muitas vezes perigoso ceder a tais sugestões; inútil, porque nada se ganha além de uma mistificação, e perigoso, não pelo mal que possam fazer os Espíritos, mas pela influência que tais fatos  podem exercer sobre cérebros fracos. (O Livro dos Médiuns, 2ª Parte, cap. XXV.)
— Não há dias nem horas mais especialmente propícios às evocações: isso, como tudo que é material, é completamente indiferente aos Espíritos, além de ser supersticiosa a crença em tais influências. Os momentos mais favoráveis são aqueles em que o evocador pode abstrair-se melhor das suas preocupações habituais, calmo de corpo e de espírito. (O Livro dos Médiuns, 2ª Parte, cap. XXV.)
— A crítica malévola apraz-se em representar as comunicações espíritas revestidas das práticas ridículas e supersticiosas da magia e da nigromancia. Entretanto, se os que falam do Espiritismo, sem conhecê-lo, procurassem estudá-lo, poupariam trabalhos de imaginação e alegações que só servem para demonstrar a sua ignorância e má vontade.
Para conhecimento das pessoas estranhas à ciência, diremos que não há horas mais propícias, umas que outras, como não há dias nem lugares, para comunicar com os Espíritos. Diremos mais: que não há fórmulas nem palavras sacramentais ou cabalísticas para evocá-los; que não há necessidade alguma de preparo ou iniciação; que é nulo o emprego de quaisquer sinais ou objetos materiais para atraí-los ou repeli-los, bastando para tanto o pensamento; e, finalmente, que os médiuns recebem deles as comunicações sem sair do estado normal, tão simples e naturalmente vivente. Só o charlatanismo poderia emprestar às comunicações formas excêntricas, enxertando-lhes ridículos acessórios. (O que é o Espiritismo, cap. II, nº 49.)

Fonte: “O Céu E O Inferno” Ou A Justiça Divina Segundo O Espiritismo -  Allan Kardec -

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