21ª Podem pedir-se aos Espíritos esclarecimentos
sobre a situação em que se encontram no mundo espiritual? “Sim, e eles os dão
de boa vontade, quando é a simpatia que dita o pedido, ou o desejo de lhes ser
útil, e não a simples curiosidade.”
22ª Podem os Espíritos descrever a natureza de
seus sofrimentos ou da felicidade de que gozam? “Perfeitamente e as revelações
desta espécie são um grande ensinamento para vós outros, porquanto vos iniciam
no conhecimento da verdadeira natureza das penas e das recompensas futuras.
Destruindo as falsas idéias que hajais formado a tal respeito, elas tendem a
reanimar a vossa fé e a vossa confiança na bondade de Deus.
Os bons Espíritos se
sentem felizes em vos descreverem a felicidade dos eleitos; os maus podem ser
constrangidos a descrever seus sofrimentos, a fim de que o arrependimento os
ganhe. Nisso encontram eles, às vezes, até uma espécie de alívio: é o
desgraçado que se lamenta, na esperança de obter compaixão.
“Não esqueçais que o fim essencial, exclusivo,
do Espiritismo é a vossa melhora e que, para o alcançardes, é que os Espíritos
têm a permissão de vos iniciarem na vida futura, oferecendo-vos dela exemplos
de que podeis aproveitar.
Quanto mais vos identificardes com o mundo que
vos espera, tanto menos saudosos vos sentireis desse onde agora estais. Eis, em
suma, o fim atual da revelação.”
23ª Evocando-se uma pessoa, cuja sorte seja
desconhecida, poder-se-á saber dela mesma se ainda existe?
“Sim, se a incerteza de sua morte não constituir
uma necessidade, ou uma prova para os que tenham interesse
em sabê-lo.”
a) Se estiver morta, poderá dar a conhecer as circunstâncias de
sua morte, de modo que esta possa ser verificada?
“Se ligar a isso alguma importância, fa-lo-á. Se
assim não for, pouco se incomodará com semelhante fato.”
Nota. A experiência demonstra que, nesse caso, o Espírito de nenhum
modo se acha empolgado pelos motivos do interesse que possam ter os vivos de
conhecerem as circunstâncias em que se deu a sua morte. Se ele tiver empenho em
as revelar, fa-lo-á por si mesmo, quer mediunicamente, quer por meio de visões
ou aparições.
No caso contrário, pode perfeitamente um
Espírito mistificador enganar os inquiridores e divertir-se com os induzir a
procederem a pesquisas inúteis.
Acontece freqüentemente que o desaparecimento de
uma pessoa, cuja morte não pode ser oficialmente comprovada, traz embaraços aos
negócios da família. Só excepcionalmente, em casos muito raros, temos visto os
Espíritos indicarem a pista da verdade, nesse terreno, atendendo a pedidos que
lhes são feitos. Se o quisessem, é fora de dúvida que o poderiam; porém, as
mais das vezes, isso não lhes é permitido, desde que tais embaraços representem
provas para os que anseiam por vê-los removidos.
É, pois, embalar-se em quimérica esperança o
pretender alguém conseguir, por esse meio, entrar na posse de heranças, das quais
o único traço positivo que lhes fica é o dinheiro despedindo para tal fim.
Não faltam Espíritos dispostos a alimentar
semelhantes esperanças e que nenhum escrúpulo têm em induzir, os que lhes dão
crédito, a pesquisas, com as quais os que a elas se entregam devem dar-se por
muito felizes, quando daí lhes resulte apenas um pouco de ridículo.
DO LIVRO: “O LIVRO DOS MÉDIUNS” ALLAN KARDEC -
FEB
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