segunda-feira, 26 de maio de 2014
sábado, 24 de maio de 2014
segunda-feira, 19 de maio de 2014
OS INFORTÚNIOS OCULTOS
4. Nas grandes calamidades, a caridade se emociona e observam- se
impulsos generosos, no sentido de reparar os desastres. Mas, a par desses
desastres gerais, há milhares de desastres particulares, que passam despercebidos:
os dos que jazem sobre um grabato sem se queixarem. Esses infortúnios discretos
e ocultos são os que a verdadeira generosidade sabe descobrir, sem esperar que
peçam assistência. Quem é esta mulher de ar distinto, de traje tão
simples, embora bem cuidado, e que traz em sua companhia uma mocinha tão modestamente
vestida? Entra numa casa de sórdida aparência, onde sem dúvida é conhecida,
pois que à entrada a saúdam respeitosamente. Aonde vai ela? Sobe até a mansarda, onde jaz uma mãe de família
cercada de crianças. À sua chegada, refulge a alegria naqueles rostos emagrecidos.
É que ela vai acalmar ali todas as dores.
Traz o de que necessitam, condimentado de meigas
e consoladoras palavras, que fazem que os seus protegidos, que não são
profissionais da mendicância, aceitem o benefício, sem corar. O pai está no hospital
e, enquanto lá permanece, a mãe não consegue com o seu trabalho prover as necessidades
da família. Graças à boa senhora, aquelas pobres crianças não mais sentirão
frio, nem fome; irão à escola agasalhadas e, para as menorzinhas, o leite não
secará no seio que as amamenta. Se entre elas alguma adoece, não lhe repugnarão
a ela, à boa dama, os cuidados materiais de que essa necessite. Dali vai ao
hospital levar ao pai algum reconforto e tranqüilizá-lo sobre a sorte da família.
No canto da rua, uma carruagem a espera, verdadeiro armazém de tudo o que
destina aos seus protegidos, que todos lhe recebem sucessivamente a visita. Não
lhes pergunta qual a crença que professam, nem quais suas opiniões, pois
considera como seus irmãos e filhos de Deus todos os homens. Terminado o seu
giro, diz de si para consigo: Comecei bem o meu dia. Qual o seu nome? Onde
mora? Ninguém o sabe. Para os infelizes, é um nome que
nada indica; mas é o anjo da consolação. À noite, um concerto de bênçãos se
eleva em seu favor ao Pai celestial: católicos, judeus, protestantes, todos a
bendizem. Por que tão singelo traje? Para não insultar a
miséria com o seu luxo. Por que se faz acompanhar da filha? Para que aprenda
como se deve praticar a beneficência. A mocinha também quer fazer a caridade. A mãe, porém, lhe
diz:
sexta-feira, 16 de maio de 2014
quarta-feira, 14 de maio de 2014
EMPREGO DA RIQUEZA
11. Não podeis servir a Deus e a Mamon. Guardai bem isso em
lembrança, vós, a quem o amor do ouro domina; vós, que venderíeis a alma para
possuir tesouros, porque eles permitem vos eleveis acima dos outros homens e
vos proporcionam os gozos das paixões que vos escravizam. Não; não podeis
servir a Deus e a Mamon! Se, pois, sentis vossa alma dominada pelas cobiças da
carne, dai-vos pressa em alijar o jugo que vos oprime, porquanto Deus, justo e
severo, vos dirá: Que fizeste, ecônomo infiel, dos bens que te confiei? Esse
poderoso móvel de boas obras exclusivamente o empregaste na tua satisfação
pessoal.
Qual, então, o melhor emprego que se pode dar à
riqueza?
Procurai – nestas palavras: “Amai-vos uns aos
outros”, a solução do problema. Elas guardam o segredo do bom emprego das
riquezas. Aquele que se acha animado do amor do próximo tem aí toda traçada a
sua linha de proceder. Na caridade está, para as riquezas, o emprego que mais apraz
a Deus. Não nos referimos, é claro, a essa caridade fria e egoísta, que
consiste em a criatura espalhar ao seu derredor o supérfluo de uma existência
dourada. Referimo-nos à caridade plena de amor, que procura a desgraça e a ergue,
sem a humilhar. Rico!... dá do que te sobra; faze mais: dá um pouco do que te é
necessário, porquanto o de que necessitas ainda é supérfluo. Mas, dá com
sabedoria.
Não repilas o que se queixa, com receio de que te
engane; vai às origens do mal. Alivia, primeiro; em
seguida, informa-te, e vê se o trabalho, os conselhos, mesmo a afeição não
serão mais eficazes do que a tua esmola. Difunde em torno de ti, como os socorros
materiais, o amor de Deus, o amor do trabalho, o amor do próximo. Coloca tuas
riquezas sobre uma base que nunca lhes faltará e que te trará grandes lucros: a
das boas obras. A riqueza da inteligência deves utilizá-la como a do ouro.
Derrama em torno de ti os tesouros da instrução; derrama sobre teus irmãos os tesouros
do teu amor e eles frutificarão. – Cheverus. (Bordéus,
1861.)
12. Quando considero a brevidade da vida, dolorosamente me impressiona a incessante preocupação de que é
para vós objeto o bem-estar material, ao passo que tão pouca importância dais
ao vosso aperfeiçoamento moral, a que pouco ou nenhum tempo consagrais e que,
no entanto, é o que importa para a eternidade. Dir-se-ia, diante da atividade que
desenvolveis, tratar-se de uma questão do mais alto interesse para a Humanidade,
quando não se trata, na maioria dos casos, senão de vos pordes em condições de satisfazer
a necessidades exageradas, à vaidade, ou de vos entregardes a excessos. Que de
penas, de amofinações, de tormentos cada um se impõe; que de noites de insônia,
para aumentar haveres muitas vezes mais que suficientes!
segunda-feira, 12 de maio de 2014
Pressentimentos
522. O pressentimento
é sempre um aviso do Espírito protetor? “É o conselho íntimo e oculto de um
Espírito que vos quer bem. Também está na intuição da escolha que se
haja feito. É a voz do instinto. Antes de encarnar, tem o Espírito conhecimento
das fases principais de sua existência, isto é, do gênero das provas a
que se submete. Tendo estas caráter assinalado, ele conserva, no seu
foro íntimo, uma espécie de impressão de tais provas e esta impressão,
que é a voz do instinto, fazendo-se ouvir quando lhe chega o momento de
sofrê-las, se torna pressentimento.”
523. Acontecendo que
os pressentimentos e a voz do instinto são sempre algum tanto vagos, que
devemos fazer, na incerteza em
que ficamos? “Quando
te achares na incerteza, invoca o teu bom Espírito, ou ora a Deus,
soberano senhor de todos, e ele te enviará um de seus mensageiros, um de nós.”
524. Os avisos dos
Espíritos protetores objetivam unicamente o nosso procedimento moral, ou também
o proceder que devamos adotar nos assuntos da vida particular?
“Tudo. Eles se
esforçam para que vivais o melhor possível. Mas, quase sempre tapais os ouvidos
aos avisos salutares e vos tornais
desgraçados por culpa vossa.”
sexta-feira, 9 de maio de 2014
MISSÃO DOS PROFETAS
4. Atribui-se comumente aos profetas o dom de adivinhar o uturo, de
sorte que as palavras profecia e predição se
tornaram sinônimas. No sentido evangélico, o vocábulo profeta tem mais extensa significação. Diz-se de todo enviado de Deus
com a missão de instruir os homens e de lhes revelar as coisas ocultas e os
mistérios da vida espiritual. Pode, pois, um homem ser profeta, sem fazer
predições. Aquela era a idéia dos judeus, ao tempo de Jesus. Daí vem que, quando
o levaram à presença do sumo-sacerdote Caifás, os escribas e os anciães, reunidos,
lhe cuspiram no rosto, lhe deram socos e bofetadas, dizendo: “Cristo, profetiza
para nós e dize quem foi que te bateu.” Entretanto, deu-se o caso de haver
profetas que tiveram a presciência do futuro, quer por intuição, quer por providencial
revelação, a fim de transmitirem avisos aos homens. Tendo-se realizado os
acontecimentos preditos, o dom de predizer o futuro foi considerado como um dos
atributos da qualidade de profeta.
Allan
Kardec – O Evangelho Segundo O Espiritismo - Feb
terça-feira, 6 de maio de 2014
NÃO VIM TRAZER A PAZ, MAS A DIVISÃO
9. Não penseis que eu tenha vindo trazer paz à Terra; não vim
trazer a paz, mas a espada; – porquanto vim separar de seu pai o filho, de sua mãe
a filha, de sua sogra a nora; – e o homem terá por inimigos os de sua própria
casa. (S. MATEUS, 10:34 a 36.)
10. Vim para lançar fogo à Terra; e que é o que desejo senão que ele
se acenda? – Tenho de ser batizado com um batismo e quanto me sinto desejoso de
que ele se cumpra! Julgais que eu tenha vindo trazer paz à Terra?
Não, eu vos afirmo; ao contrário, vim trazer a
divisão; – pois, doravante, se se acharem numa casa cinco pessoas, estarão elas
divididas umas contra as outras: três contra duas e duas contra três. – O pai
estará em divisão com o filho e o filho com o pai, a mãe com a filha e a filha
com a mãe, a sogra com a nora e a nora com a sogra. (S. LUCAS, 12:49 a 53.)
11. Será mesmo possível que Jesus, a personificação da doçura e da bondade, Jesus, que não cessou de
pregar o amor do próximo, haja dito: “Não vim trazer a paz, mas a espada; vim
separar do pai o filho, do esposo a esposa; vim lançar fogo à Terra e tenho
pressa de que ele se acenda”? Não estarão essas palavras em contradição
flagrante com os seus ensinos? Não haverá blasfêmia em lhe atribuírem a linguagem
de um conquistador sangüinário e devastador? Não, não há blasfêmia, nem contradição
nessas palavras, pois foi mesmo ele quem as pronunciou, e elas dão testemunho da
sua alta sabedoria. Apenas, um pouco equívoca, a forma não lhe exprime com
exatidão o pensamento, o que deu lugar a que se enganassem relativamente ao
verdadeiro sentido delas. Tomadas à letra, tenderiam a transformar a sua
missão, toda de paz, noutra de perturbação e discórdia, conseqüência absurda,
que o bom-senso repele, porquanto Jesus não podia desmentir-se. (Cap. XIV, nº
6.)
12. Toda idéia nova forçosamente encontra oposição e nenhuma há que
se implante sem lutas. Ora, nesses casos, a resistência é sempre proporcional à
importância dos resultados previstos,
porque, quanto maior ela é,
tanto mais numerosos são os interesses que fere. Se for notoriamente falsa, se
a julgam isenta de conseqüências, ninguém se alarma; deixam-na todos passar,
certos de que lhe falta vitalidade. Se, porém, é verdadeira, se assenta em
sólida base, se lhe prevêem futuro, um secreto pressentimento adverte os seus
antagonistas de que constitui um perigo para eles e para a ordem de coisas em
cuja manutenção se empenham.
Atiram-se, então, contra ela e contra os seus
adeptos. Assim, pois, a medida da importância e dos resultados de uma idéia
nova se encontra na emoção que o seu aparecimento causa, na violência da
oposição que provoca, bem como no grau e na persistência da ira de seus
adversários.
13. Jesus vinha proclamar uma doutrina que solaparia pelos sacerdotes
do seu tempo. Imolaram-no, portanto, certos de que, matando o homem, matariam a
idéia. Esta, porém, sobreviveu, porque era verdadeira;
engrandeceu-se, porque correspondia aos desígnios de Deus e, nascida num pequeno
e obscuro burgo da Judéia, foi plantar o seu estandarte na capital mesma do mundo
pagão, à face dos seus mais encarniçados inimigos, daqueles que mais porfiavam
em combatê-la, porque subvertia crenças seculares a que eles se apegavam muito
mais por interesse do que por convicção.
Lutas das mais terríveis esperavam aí pelos seus
apóstolos; foram inumeráveis as vítimas; a idéia, no entanto, avolumou-se
sempre e triunfou, porque, como verdade, sobrelevava as que a precederam.
segunda-feira, 5 de maio de 2014
sexta-feira, 2 de maio de 2014
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