segunda-feira, 29 de dezembro de 2014

Obsessão e seus escolhos.



242. A obsessão, como dissemos, é um dos maiores escolhos da mediunidade e também um dos mais frequentes. Por isso mesmo, não serão demais todos os esforços que se empreguem para combatê-la, porquanto, além dos inconvenientes pessoais que acarreta, é um obstáculo absoluto à bondade e à veracidade das comunicações. A obsessão, de qualquer grau, sendo sempre efeito de um constrangimento e este não podendo jamais ser exercido por um bom Espírito, segue-se que toda comunicação dada por um médium obsidiado é de origem suspeita e nenhuma confiança merece. Se nelas alguma coisa de bom se encontrar, guarde-se isso e rejeite-se tudo o que for simplesmente duvidoso.
243. Reconhece-se a obsessão pelas seguintes características:
1ª Persistência de um Espírito em se comunicar, bom ou mau grado, pela escrita, pela audição, pela tiptologia, etc., opondo-se a que outros Espíritos o façam;
2ª Ilusão que, não obstante a inteligência do médium, o impede de reconhecer a falsidade e o ridículo das comunicações que recebe;
3ª Crença na infalibilidade e na identidade absoluta dos Espíritos que se comunicam e que, sob nomes respeitáveis e venerados, dizem coisas falsas ou absurdas;
4ª Confiança do médium nos elogios que lhe dispensam os Espíritos que por ele se comunicam;
5ª Disposição para se afastar das pessoas que podem emitir opiniões aproveitáveis;
6ª Tomar a mal a crítica das comunicações que recebe;
7ª Necessidade incessante e inoportuna de escrever;
8ª Constrangimento físico qualquer, dominando-lhe a vontade e forçando-o a agir ou falar a seu mau grado;
9ª Rumores e desordens persistentes ao redor do médium, sendo ele de tudo a causa, ou o objeto.
Allan Kardec – O Livro Dos Médiuns – Feb.




sexta-feira, 26 de dezembro de 2014

ESPIRITISMO - COMO FOI A VERDADEIRA NOITE DE NATAL

“Embora Jesus tenha nascido sem produzir milagres que deveriam abalar seus familiares e a vizinhança, tal fato revestiu-se de suma importância no Espaço, em torno da Terra, onde os anjos que o acompanhavam em sua descida para a carne vibraram de intenso júbilo pelo êxito do mundo espiritual no advento do Messias! Através do sacrifício de alta Entidade Espiritual, as trevas terrenas, dali por diante, receberiam mais forte Luz Crística, em comunhão mais íntima com o seu Cristo Planetário! 
Embora os homens ignorassem em sua consciência física a natureza excepcional do advento do Messias, o certo é que todos os moradores nas adjacências sentiam um júbilo estranho e deliciosa esperança que lhes tomava a alma num sentimento indefinível. Pairava no ar algo de excelso e terno, flutuando numa ansiedade espiritual, e um suave magnetismo penetrava o espírito dos seus moradores.
Uma estranha alegria e emoção envolveram as criaturas de bons sentimentos ante a presença de Jesus e dos seus anjos junto à Terra, que ficou impregnada de fluidos sedativos e esperançosos.
Em torno do seu berço as potestades angélicas haviam colocado poderosas barreiras de luz, a fim de dissociarem qualquer carga de magnetismo nefasto.
Alguns rabis puros de coração, mais tarde, confirmaram que haviam pressentido ondas de luz e de perfumes durante o ofício na sinagoga, no momento presumível do nascimento do menino Jesus. Enquanto isso, pastores e camponeses, simples e bons, juraram ter visto sobre a casa de Sara onde Jesus nascera, súbitas refulgências que pareciam cintilações da luz do Sol. Em verdade, as hostes angélicas projetavam suas luzes profiláticas e desintegradoras no ambiente onde Jesus deveria nascer.
Além da excelsa beleza e do encanto do menino Jesus, os que o visitavam também sentiam uma doce sensação de paz e de júbilo irradiada daquele berço pobre, comovendo-os até as lágrimas! As criaturas simples, ingênuas e bondosas, corações famintos de amor e repletos de fé, sentiram mais nitidamente a presença real do Messias.
Algumas mulheres muito sensíveis e com faculdade de vidência descreviam a aura refulgente que se irradiava do berço do menino Jesus, e iluminava os aposentos, móveis, objetos, aves e pessoas, tingindo-os de um rosa formoso e com reflexos dourados cintilando sobre um fundo de lilás claríssimo.
Elas então se ajoelhavam, enternecidas, beijando as mãos do excelso querubim e o olhavam encantadas. Algumas pessoas asseguravam sentir perfumes sutilíssimos, de terna suavidade; outros auscultavam o ar à procura de melodias, cânticos e preces comoventes, que as emocionavam até as lágrimas e não sabiam explicar.

sexta-feira, 19 de dezembro de 2014

NÃO SÃO OS QUE GOZAM SAÚDE QUE PRECISAM DE MÉDICO




11. Estando Jesus à mesa em casa desse homem
(Mateus), vieram aí ter muitos publicanos e
gente de má vida, que se puseram à mesa com
Jesus e seus discípulos; – o que fez que os
fariseus, notando-o, dissessem aos discípulos:
Como é que o vosso Mestre come com publicanos
e pessoas de má vida? – Tendo-os ouvido, disse-
-lhes Jesus: Não são os que gozam saúde que
precisam de médico. (S. MATEUS, 9:10 a 12.)


12. Jesus se acercava, principalmente, dos pobres e dos deserdados, porque são os que mais necessitam de consolações; dos cegos dóceis e de boa-fé, porque pedem se lhes dê a vista, e não dos orgulhosos que julgam possuir toda a luz e de nada precisar. (Veja-se: “Introdução”, artigo: Publicanos, Portageiros.)
Essas palavras, como tantas outras, encontram no Espiritismo a aplicação que lhes cabe. Há quem se admire de que, por vezes, a mediunidade seja concedida a pessoas indignas, capazes de a usarem mal. Parece, dizem, que tão preciosa faculdade devera ser atributo exclusivo dos de maior merecimento.
Digamos, antes de tudo, que a mediunidade é inerente a uma disposição orgânica, de que qualquer homem pode ser dotado, como da de ver, de ouvir, de falar. Ora, nenhuma há de que o homem, por efeito do seu livre-arbítrio, não possa abusar, e se Deus não houvesse concedido, por exemplo, a palavra senão aos incapazes de proferirem coisas más, maior seria o número dos mudos do que o dos que falam.
Deus outorgou faculdades ao homem e lhe dá a liberdade de usá-las, mas não deixa de punir o que delas abusa. Se só aos mais dignos fosse concedida a faculdade de comunicar com os Espíritos, quem ousaria pretendê-la?
Onde, ao demais, o limite entre a dignidade e a indignidade? A mediunidade é conferida sem distinção, a fim de que os Espíritos possam trazer a luz a todas as camadas, a todas as classes da sociedade, ao pobre como ao rico; aos retos, para os fortificar no bem, aos viciosos para os corrigir.

terça-feira, 9 de dezembro de 2014

MARCHA DO PROGRESSO


779. A força para progredir, haure-a o homem em si mesmo, ou o progresso é apenas fruto de um ensinamento? “O homem se desenvolve por si mesmo, naturalmente. 
Mas, nem todos progridem simultaneamente e do mesmo modo. Dá-se então que os mais adiantados auxiliam o progresso dos outros, por meio do contacto social.” 
780. O progresso moral acompanha sempre o progresso intelectual? “Decorre deste, mas nem sempre o segue imediatamente.” (l92-365) a) — Como pode o progresso intelectual engendrar o progresso moral? “Fazendo compreensíveis o bem e o mal. O homem, desde então, pode escolher. O desenvolvimento do livre-arbítrio acompanha o da inteligência e aumenta a responsabilidade dos atos.” 
b) — Como é, nesse caso, que, muitas vezes, sucede serem os povos mais instruídos os mais pervertidos também? “O progresso completo constitui o objetivo. Os povos, porém, como os indivíduos, só passo a passo o atingem. 
Enquanto não se lhes haja desenvolvido o senso moral, pode mesmo acontecer que se sirvam da inteligência para a prática do mal. O moral e a inteligência são duas forças que só com o tempo chegam a equilibrar-se.”
(365-751) 
781. Tem o homem o poder de paralisar a marcha do progresso? “Não, mas tem, às vezes, o de embaraçá-la.” 
a) — Que se deve pensar dos que tentam deter a marcha do progresso e fazer que a Humanidade retrograde? “Pobres seres, que Deus castigará! Serão levados de roldão pela torrente que procuram deter.” 
Sendo o progresso uma condição da natureza humana, não está no poder do homem opor-se-lhe. É uma força viva, cuja ação pode ser retardada, porém não anulada, por leis humanas más.
Quando estas se tornam incompatíveis com ele, despedaça-as juntamente com os que se esforcem por mantê-las. Assim será, até que o homem tenha posto suas leis em concordância com a justiça divina, que quer que todos participem do bem e não a vigência de leis feitas pelo forte em detrimento do fraco. 
782. Não há homens que de boa-fé obstam ao progresso, acreditando favorecê-lo, porque, do ponto de vista em que se colocam, o vêem onde ele não existe? “Assemelham-se a pequeninas pedras que, colocadas debaixo da roda de uma grande viatura, não a impedem de avançar.”