terça-feira, 18 de agosto de 2015
quinta-feira, 13 de agosto de 2015
sexta-feira, 7 de agosto de 2015
AÇÃO DA PRECE. TRANSMISSÃO DO PENSAMENTO
9. A prece é uma invocação, mediante a qual o homem entra, pelo
pensamento, em comunicação com o ser a quem se dirige. Pode ter por objeto um
pedido, um agradecimento, ou uma glorificação. Podemos orar por nós mesmos ou por
outrem, pelos vivos ou pelos mortos. As preces feitas a Deus escutam-nas os
Espíritos incumbidos da execução de suas vontades; as que se dirigem aos bons
Espíritos são reportadas a Deus. Quando alguém ora a outros seres que não a
Deus, fá-lo recorrendo a intermediários, a intercessores, porquanto nada sucede
sem a vontade de Deus.
10. O Espiritismo torna compreensível a ação da prece, explicando o
modo de transmissão do pensamento, quer no caso em que o ser a quem oramos
acuda ao nosso apelo, quer no em que apenas lhe chegue o nosso pensamento. Para apreendermos o que ocorre em tal
circunstância, precisamos conceber mergulhados no fluido universal, que ocupa o espaço, todos os seres, encarnados e
desencarnados, tal qual nos achamos, neste mundo, dentro da atmosfera.
Esse fluido recebe da vontade uma impulsão; ele é
o veículo do pensamento, como o ar o é do som, com a diferença de que as
vibrações do ar são circunscritas, ao passo que as do fluido universal se estendem
ao infinito. Dirigido, pois, o pensamento para um ser qualquer, na Terra ou no espaço,
de encarnado para desencarnado, ou vice-versa, uma corrente fluídica se
estabelece entre um e outro, transmitindo de um ao outro o pensamento, como o
ar transmite o som.
A energia da corrente guarda proporção com a do
pensamento e da vontade. É assim que os Espíritos ouvem a prece que lhes é
dirigida, qualquer que seja o lugar onde se encontrem; é assim que os Espíritos
se comunicam entre si, que nos transmitem suas inspirações, que relações se estabelecem
a distância entre encarnados.
Essa explicação vai, sobretudo, com vistas aos
que não compreendem a utilidade da prece puramente mística. Não tem por fim
materializar a prece, mas tornar-lhe inteligíveis os efeitos, mostrando que
pode exercer ação direta e efetiva. Nem por isso deixa essa ação de estar
subordinada à vontade de Deus, juiz supremo em todas as coisas, único apto a
torná-la eficaz.
11. Pela prece, obtém o homem o concurso dos bons Espíritos que
acorrem a sustentá-lo em suas boas resoluções e
a inspirar-lhe idéias sãs. Ele adquire, desse modo, a força moral
necessária a vencer as dificuldades e a volver ao caminho reto, se deste se
afastou. Por esse meio, pode também desviar de si os males que atrairia pelas
suas próprias faltas. Um homem, por exemplo, vê arruinada a sua saúde, em
conseqüência de excessos a que se entregou, e arrasta, até o termo de seus
dias, uma vida de sofrimento: terá ele o direito de queixar-se, se não obtiver
a cura que deseja? Não, pois que houvera podido encontrar na prece a força de resistir
às tentações.
12. Se em duas partes se dividirem os males da vida, uma constituída
dos que o homem não pode evitar e a outra das tribulações de que ele se constituiu
a causa primária, pela sua incúria ou por seus excessos (cap. V, nº 4),
ver-se-á que a segunda, em quantidade, excede de muito à primeira. Faz-se,
portanto, evidente que o homem é o autor da maior parte das suas aflições, às
quais se pouparia, se sempre obrasse com sabedoria e prudência.
terça-feira, 4 de agosto de 2015
EFICÁCIA DA PRECE
5. "Seja o que for que peçais na prece, crede que
o obtereis e concedido vos
será o que pedirdes."
(S. MARCOS, 11:24.)
6. Há quem conteste a eficácia da prece, com fundamento no
princípio de que, conhecendo Deus as nossas necessidades, inútil se torna expor-lhas.
E acrescentam os que assim pensam que, achando-se tudo no Universo encadeado por
leis eternas, não podem as nossas súplicas mudar os decretos de Deus.
Sem dúvida alguma há leis naturais e imutáveis
que não podem ser ab-rogadas ao capricho de cada um; mas, daí a crer-se que
todas as circunstâncias da vida estão submetidas à fatalidade, vai grande
distância. Se assim fosse, nada mais seria o homem do que instrumento passivo, sem
livre-arbítrio e sem iniciativa. Nessa hipótese, só lhe caberia curvar a cabeça
ao jugo dos acontecimentos, sem cogitar de evitá-los; não devera ter procurado
desviar o raio.
Deus não lhe outorgou a razão e a inteligência, para que ele as deixasse sem serventia; a vontade, para não querer; a atividade, para ficar inativo. Sendo livre o homem de agir num sentido ou noutro, seus atos lhe acarretam, e aos demais, conseqüências subordinadas ao que ele faz ou não. Há, pois, devidos à sua iniciativa, sucessos que forçosamente escapam à fatalidade e que não quebram a harmonia das leis universais, do mesmo modo que o avanço ou o atraso do ponteiro de um relógio não anula a lei do movimento sobre a qual se funda o mecanismo. Possível é, portanto, que Deus aceda a certos pedidos, sem perturbar a imutabilidade das leis que regem o conjunto, subordinada sempre essa anuência à sua vontade.
7. Desta máxima: “Concedido vos será o que quer que pedirdes pela prece”, fora ilógico deduzir que basta pedir para obter e fora injusto acusar a Providência se não acede a toda súplica que se lhe faça, uma vez que ela sabe, melhor do que nós, o que é para nosso bem. É como procede um pai criterioso que recusa ao filho o que seja contrário aos seus interesses. Em geral, o homem apenas vê o presente; ora, se o sofrimento é de utilidade para a sua felicidade futura, Deus o deixará sofrer, como o cirurgião deixa que o doente sofra as dores de uma operação que lhe trará a cura.
O que Deus lhe concederá sempre, se ele o pedir com confiança, é a coragem, a paciência, a resignação. Também lhe concederá os meios de se tirar por si mesmo das dificuldades, mediante idéias que fará lhe sugiram os bons Espíritos, deixando-lhe dessa forma o mérito da ação. Ele assiste os que se ajudam a si mesmos, de conformidade com esta máxima: “Ajuda-te, que o Céu te ajudará”; não assiste, porém, os que tudo esperam de um socorro estranho, sem fazer uso das faculdades que possui. Entretanto, as mais das vezes, o que o homem quer é ser socorrido por milagre, sem despender o mínimo esforço. (Cap. XXV, nos 1 e seguintes.)
Deus não lhe outorgou a razão e a inteligência, para que ele as deixasse sem serventia; a vontade, para não querer; a atividade, para ficar inativo. Sendo livre o homem de agir num sentido ou noutro, seus atos lhe acarretam, e aos demais, conseqüências subordinadas ao que ele faz ou não. Há, pois, devidos à sua iniciativa, sucessos que forçosamente escapam à fatalidade e que não quebram a harmonia das leis universais, do mesmo modo que o avanço ou o atraso do ponteiro de um relógio não anula a lei do movimento sobre a qual se funda o mecanismo. Possível é, portanto, que Deus aceda a certos pedidos, sem perturbar a imutabilidade das leis que regem o conjunto, subordinada sempre essa anuência à sua vontade.
7. Desta máxima: “Concedido vos será o que quer que pedirdes pela prece”, fora ilógico deduzir que basta pedir para obter e fora injusto acusar a Providência se não acede a toda súplica que se lhe faça, uma vez que ela sabe, melhor do que nós, o que é para nosso bem. É como procede um pai criterioso que recusa ao filho o que seja contrário aos seus interesses. Em geral, o homem apenas vê o presente; ora, se o sofrimento é de utilidade para a sua felicidade futura, Deus o deixará sofrer, como o cirurgião deixa que o doente sofra as dores de uma operação que lhe trará a cura.
O que Deus lhe concederá sempre, se ele o pedir com confiança, é a coragem, a paciência, a resignação. Também lhe concederá os meios de se tirar por si mesmo das dificuldades, mediante idéias que fará lhe sugiram os bons Espíritos, deixando-lhe dessa forma o mérito da ação. Ele assiste os que se ajudam a si mesmos, de conformidade com esta máxima: “Ajuda-te, que o Céu te ajudará”; não assiste, porém, os que tudo esperam de um socorro estranho, sem fazer uso das faculdades que possui. Entretanto, as mais das vezes, o que o homem quer é ser socorrido por milagre, sem despender o mínimo esforço. (Cap. XXV, nos 1 e seguintes.)
8. Tomemos um exemplo. Um homem se acha perdido no deserto. A sede
o martiriza horrivelmente. Desfalecido, cai por terra. Pede a Deus que o
assista, e espera. Nenhum anjo lhe virá dar de beber. Contudo, um bom Espírito
lhe sugere a
idéia de levantar-se e tomar um dos caminhos que tem diante de si. Por um
movimento maquinal, reunindo todas as forças que lhe restam, ele se ergue,
caminha e descobre ao longe um regato. Ao divisá-lo, ganha coragem.
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