sábado, 20 de junho de 2015

MEDIUNIDADE GRATUITA




7. Os médiuns atuais – pois que também os apóstolos tinham mediunidade – igualmente receberam de Deus um dom gratuito: o de serem intérpretes dos Espíritos, para instrução dos homens, para lhes mostrar o caminho do bem e conduzi-los à fé, não para lhes vender palavras que não lhes pertencem, a eles médiuns, visto que não são fruto de suas concepções, nem de suas pesquisas, nem de seus trabalhos pessoais. Deus quer que a luz chegue a todos; não quer que o mais pobre fique dela privado e possa dizer: não tenho fé, porque não a pude pagar; não tive o consolo de receber os encorajamentos e os testemunhos de afeição dos que pranteio, porque sou pobre. Tal a razão por que a mediunidade não constitui privilégio e se encontra por toda parte. Fazê-la paga seria, pois, desviá-la do seu providencial objetivo.
8. Quem conhece as condições em que os bons Espíritos se comunicam, a repulsão que sentem por tudo o que é de interesse egoístico, e sabe quão pouca coisa se faz mister para que eles se afastem, jamais poderá admitir que os Espíritos superiores estejam à disposição do primeiro que apareça e os convoque a tanto por sessão. O simples bom-senso repele semelhante idéia. Não seria também uma profanação evocarmos, por dinheiro, os seres que respeitamos, ou que nos são caros? É fora de dúvida que se podem assim obter manifestações; mas, quem lhes poderia garantir a sinceridade?
Os Espíritos levianos, mentirosos, brincalhões e toda a caterva dos Espíritos inferiores, nada escrupulosos, sempre acorrem, prontos a responder ao que se lhes pergunte, sem se preocuparem com a verdade. Quem, pois, deseje comunicações sérias deve, antes de tudo, pedi-las seriamente e, em seguida, inteirar-se da natureza das simpatias do médium com os seres do mundo espiritual. Ora, a primeira condição para se granjear a benevolência dos bons Espíritos é a humildade, o devotamento, a abnegação, o mais absoluto desinteresse moral e material.

sábado, 6 de junho de 2015

O vale dos Espíritas


Sinopse: Espíritos superiores não cessam de trabalhar, pois consideram o labor uma grande ventura. Estão sempre em busca de parceiros empenhados na reforma íntima, e, quando encontram condições favoráveis, é por meio deles que passam a disseminar o resultado de suas obras. É por essa via que Atanagildo retorna à literatura, convidando espíritas, espiritualistas, umbandistas e irmãos ligados a diversas correntes religiosas, a realizar uma profunda revisão de seus valores morais e de sua responsabilidade para com o trabalho espiritual. O Vale dos Espíritas é resultado de longas pesquisas sobre a origem cármica de dramas vividos por irmãos ligados às paixões inferiores, narrados por vários personagens que, embora possuíssem conhecimento intelectual, oratória impecável, desenvoltura mediúnica e assiduidade na casa espírita, chegaram ao Astral em estado lastimável, por terem negligenciado o entendimento dos conceitos básicos da doutrina espírita, bem como a própria reforma de seus sentimentos e ações. Para eles, o trabalho de autoconhecimento valia apenas para os outros, irritando-se quando alguém lhes ressaltava isso. Iludidos por suas convicções equivocadas, pelo apego ao orgulho, à vaidade, ao sexo, ao egocentrismo, e acima de tudo ao dinheiro, esperavam encontrar no Além as mesmas regalias adquiridas na Terra. Quantos espíritas há que pregam belas lições em púbico, e até na mídia, e ao serem contrariados em seus interesses pessoais revelam a sua verdadeira face?! Atanagildo vem expor todas as mazelas alimentadas na intimidade desses irmãos, alertando que não cabe mais protelar o trabalho de reforma íntima e a caridade desinteressada. Especialista na análise de jornadas existenciais que visam a futuras encarnações retificadoras, ele revela o triste percurso dos que levam sua carga mental-emocional deletéria para o Além, vagando pelo descampado do Vale ou servindo para terríveis obsessões. Este livro é para todos, mas especialmente para aqueles que têm sob sua tutela o percurso de muitas almas.

quarta-feira, 3 de junho de 2015

ESPÍRITOS QUE SE PODEM EVOCAR




274. Todos os Espíritos, qualquer que seja o grau em que se encontrem na escala espiritual, podem ser evocados: assim os bons, como os maus, tanto os que deixaram a vida de pouco, como os que viveram nas épocas mais remotas, os que foram homens ilustres, como os mais obscuros, os nossos parentes e amigos, como os que nos são indiferentes. Isto, porém, não quer dizer que eles sempre queiram ou possam responder ao nosso chamado. Independente da própria vontade, ou da permissão, que lhes pode ser recusada por uma potência superior, é possível se achem impedidos de o fazer, por motivos que nem sempre nos é dado conhecer. Queremos dizer que não há impedimento absoluto que se oponha às comunicações, salvo o que dentro em pouco diremos. Os obstáculos capazes de impedir que um Espírito se manifeste são quase sempre individuais e derivam das circunstâncias.
275. Entre as causas que podem impedir a manifestação de um Espírito, umas lhe são pessoais e outras, estranhas. Entre as primeiras, devem colocar-se as ocupações ou as missões que esteja desempenhando e das quais não pode afastar-se, para ceder aos nossos desejos. Neste caso, sua visita apenas fica adiada.
Há também a sua própria situação. Se bem que o estado de encarnação não constitua obstáculo absoluto, pode representar um impedimento, em certas ocasiões, sobretudo quando aquela se dá nos mundos inferiores e quando o próprio Espírito está pouco desmaterializado. Nos mundos superiores, naqueles em que os laços entre o Espírito e a matéria são muito fracos, a manifestação é quase tão fácil quanto no estado errante, mais fácil, em todo caso, do que nos mundos onde a matéria corpórea é mais compacta.
As causas estranhas residem principalmente na natureza do médium, na da pessoa que evoca, no meio em que se faz a evocação, enfim, no objetivo que se tem em vista. Alguns médiuns recebem mais particularmente comunicações de seus Espíritos familiares, que podem ser mais ou menos elevados; outros se mostram aptos a servir de intermediários a todos os Espíritos, dependendo isto da simpatia ou da antipatia, da atração ou da repulsão que o Espírito pessoal do médium exerce sobre o Espírito chamado, o qual pode tomá-lo por intérprete, com prazer, ou com repugnância.
Isto também depende, abstração feita das qualidades íntimas do médium, do desenvolvimento da faculdade mediúnica. Os Espíritos vêm de melhor vontade e, sobretudo, são mais explícitos com um médium que lhes não oferece nenhum obstáculo material. Aliás, em igualdade de condições morais, quanto mais facilidade tenha o médium para escrever ou para se exprimir, tanto mais se generalizam suas relações com o mundo espírita.
276. Cumpre ainda levar em conta a facilidade que deve resultar do hábito da comunicação com tal ou qual Espírito.