quinta-feira, 14 de julho de 2016

292. SOBRE A SORTE DOS ESPÍRITOS





21ª Podem pedir-se aos Espíritos esclarecimentos sobre a situação em que se encontram no mundo espiritual? “Sim, e eles os dão de boa vontade, quando é a simpatia que dita o pedido, ou o desejo de lhes ser útil, e não a simples curiosidade.”
22ª Podem os Espíritos descrever a natureza de seus sofrimentos ou da felicidade de que gozam? “Perfeitamente e as revelações desta espécie são um grande ensinamento para vós outros, porquanto vos iniciam no conhecimento da verdadeira natureza das penas e das recompensas futuras. Destruindo as falsas idéias que hajais formado a tal respeito, elas tendem a reanimar a vossa fé e a vossa confiança na bondade de Deus.
Os bons Espíritos se sentem felizes em vos descreverem a felicidade dos eleitos; os maus podem ser constrangidos a descrever seus sofrimentos, a fim de que o arrependimento os ganhe. Nisso encontram eles, às vezes, até uma espécie de alívio: é o desgraçado que se lamenta, na esperança de obter compaixão.
“Não esqueçais que o fim essencial, exclusivo, do Espiritismo é a vossa melhora e que, para o alcançardes, é que os Espíritos têm a permissão de vos iniciarem na vida futura, oferecendo-vos dela exemplos de que podeis aproveitar.
Quanto mais vos identificardes com o mundo que vos espera, tanto menos saudosos vos sentireis desse onde agora estais. Eis, em suma, o fim atual da revelação.”
23ª Evocando-se uma pessoa, cuja sorte seja desconhecida, poder-se-á saber dela mesma se ainda existe?
“Sim, se a incerteza de sua morte não constituir uma necessidade, ou uma prova para os que tenham interesse
em sabê-lo.”
a) Se estiver morta, poderá dar a conhecer as circunstâncias de sua morte, de modo que esta possa ser verificada?
“Se ligar a isso alguma importância, fa-lo-á. Se assim não for, pouco se incomodará com semelhante fato.”
Nota. A experiência demonstra que, nesse caso, o Espírito de nenhum modo se acha empolgado pelos motivos do interesse que possam ter os vivos de conhecerem as circunstâncias em que se deu a sua morte. Se ele tiver empenho em as revelar, fa-lo-á por si mesmo, quer mediunicamente, quer por meio de visões ou aparições.
No caso contrário, pode perfeitamente um Espírito mistificador enganar os inquiridores e divertir-se com os induzir a procederem a pesquisas inúteis.
Acontece freqüentemente que o desaparecimento de uma pessoa, cuja morte não pode ser oficialmente comprovada, traz embaraços aos negócios da família. Só excepcionalmente, em casos muito raros, temos visto os Espíritos indicarem a pista da verdade, nesse terreno, atendendo a pedidos que lhes são feitos. Se o quisessem, é fora de dúvida que o poderiam; porém, as mais das vezes, isso não lhes é permitido, desde que tais embaraços representem provas para os que anseiam por vê-los removidos.
É, pois, embalar-se em quimérica esperança o pretender alguém conseguir, por esse meio, entrar na posse de heranças, das quais o único traço positivo que lhes fica é o dinheiro despedindo para tal fim.
Não faltam Espíritos dispostos a alimentar semelhantes esperanças e que nenhum escrúpulo têm em induzir, os que lhes dão crédito, a pesquisas, com as quais os que a elas se entregam devem dar-se por muito felizes, quando daí lhes resulte apenas um pouco de ridículo.

DO LIVRO: “O LIVRO DOS MÉDIUNS” ALLAN KARDEC - FEB

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