segunda-feira, 23 de março de 2015

A MORTE DO JUSTO




Em seguida à primeira evocação do Sr. Sanson, feita na Sociedade de Paris, um Espírito deu sob esta epígrafe a comunicação seguinte: “Foi a de um justo a morte desse homem de quem neste momento vos ocupais, isto é, esperançosa e calma. Como o dia sucede naturalmente à aurora, a vida espiritual se lhe sucedeu à vida terrestre, sem rompimento nem abalo. O seu último suspiro foi tanto como um hino de reconhecimento e amor. E quão poucos os que atravessam assim a rude transição! Quão poucos os que após a confusão e desespero da vida concebem o ritmo harmonioso das esferas!

Como o homem de saúde perfeita, de chofre mutilado, sofre nos membros separados ao corpo, assim, a alma do céptico, separada do corpo, se despedaça e, lancinante, se precipita no Espaço, inconsciente de si mesma.

“Orai por essas almas perturbadas; orai por todos os sofredores, que a caridade não se restringe à Humanidade visível, mas deve socorrer e consolar os habitantes do Espaço.

Disso tivestes a prova evidente na súbita conversão desse Espírito1 tocado pelas preces espíritas sobre o túmulo do homem de bem que vindes interrogar e que deseja fazer-vos progredir no bom caminho. O amor não tem limites; enche o Espaço e dá e recebe mutuamente as suas divinas consolações.
Também o mar se desenrola numa perspectiva infinita, cujo espetáculo deslumbra o espírito, parecendo confundir-se no seu limite com os céus. São duas grandezas que se extremam. Pois bem; assim é o amor; mais profundo que as ondas, mais infinito que o Espaço, a todos vós, encarnados e desencarnados, deve unir na santa comunhão da caridade, fusão sublime do finito e do eterno.


                                                                  
 Georges.”



Do livro: “O Céu e o Inferno” Allan Kardec - Feb

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